A vida nos dá tantas experiências e em cada uma delas temos respostas positivas e negativas. Eu tenho uma filosofia e sempre digo aos que me ouvem: “O mundo é uma escola e os fatos são os professores.” Por que digo assim? O meu maior desejo era estudar, mas, vindo de uma família numerosa e humilde, não tive essa oportunidade. Com muita dificuldade pude estudar um ano e dois meses do ensino fundamental, mas não tive sorte: sofri bullying e ameaça de morte na escola. Com muito medo, não quis mais ir para a escola. Tiraram o chão dos meus pés! Com medo e revolta fui enfrentar o trabalho. E meus estudos? Ficou essa pergunta dentro de mim.
Como bom católico, ia à missa e escutava o sermão que dizia para amar o próximo. Mas quem é o próximo? Essas palavras me faziam lembrar dos meus adversários que me torturaram e me tiraram a chance de estudar. Resumindo: cresci e me casei tendo apenas um ano e dois meses de escolaridade. Oito dias após meu casamento, a pedido da minha irmã, fui dar a notícia as crianças que não haveria catecismo, pois, a catequista estava doente. Eles me disseram: “Então, nos dê o catecismo o senhor mesmo!” Era dia 20 de dezembro de 1970, e foi ali que começou a minha missão. Me tornei catequista, ministro da eucaristia, pregador de cursilho, ECC, MFC, enfim, tudo isso eu fazia sem conhecer Jesus e sem perdoar os oito inimigos que eu tinha. Quando o tema da pregação era sobre amor ou perdão eu sofria, pois não amava e não perdoava. Dez anos mais tarde através da RCC eu conheci Jesus, tive uma experiência de oração e aprendi que se não perdoasse não seria perdoado.
Falei no início desse tema, sobre experiências positivas e negativas e até aqui falei das negativas. Agora falarei das positivas.
Nesse encontro com Jesus, foi falado sobre o amor ao próximo e perguntaram: “Quem é o seu próximo, que precisa ser perdoado?” Eu tinha oito! O desamor causa feridas na alma e repercute no corpo, então eu precisava perdoar para ser curado. Duas coisas me aconteceram naquele encontro, que foram as experiências positivas. Soube naquele dia que precisava ir até as pessoas que eu odiava e me reconciliar com elas, pois, foi assim que eu aprendi. Coloquei em prática e deu muito certo! Hoje, prego o evangelho por esse Brasil e fora dele. Atendo muitas classes de pessoas: médicos, governadores, advogados, juízes, pessoas famosas do meio artístico; tudo isso sem estudos. Por isso, eu digo: “O mundo é uma escola e os fatos são os professores”
Agora eu respondo à pergunta de quem é o meu próximo, depois de conhecer Jesus: são todos aqueles que eu precisei perdoar, os que estão próximos a mim, quem eu devo ajudar, amar e fazer o bem sem olhar a quem.
Faça como eu e terá forças para viver bem. (Gálatas 6, 9-10)
De seu fundador, João Camilotti Filho, graça e paz!